Alface capitalinha, que tantos turistas atrais para se entreverem uns aos outros deambulando de mamarracho em mamarracho intercalando hum-hums pasmacentos à sombra de toldos pejados de calinadas orto-gramatico-idiomáticas; sombra da cidade onde a minha mãe me subia pela Rua do Carmo, e onde agora não há lojas, cafés, ou até um WC abertos ao sábado. Será uma questão mercantil, porque pessoas também só vi duas e uma delas era eu.
Da última vez que me senti assim, como se entrar e sair de um burgo sede das instituições regentes equivalesse a um sprint interminável pelos becos da Pontinha, foi em 1999. Visitava então Tirana, alma mater de Catarina Martins.
Lá como aqui as ruas e os desarruados só mostravam chuva cinzenta nos écrans pessoais. Lá como aqui, nos écrans sociais havia riso, champanhe, gordura e demasiados criminosos à solta e a viver do erário. No fundo em cada português há um pequeno tirano. O resto, a parte do sonho, disse-o Alberto Pimenta.