Não falhes a hora marcadaentre as labaredas do salRuma aos astros, cândidos,Cava este horto de desejoAbre-me a boca secacom palavras de OutonoE nutre a alma conjuntaaté os anos caírem.

Estou vivo e escrevo sol Eu escrevo versos ao meio-diae a morte ao sol é uma cabeleiraque passa em fios frescos sobre a minha cara de vivoEstou vivo e escrevo solSe as minhas lágrimas e os meus dentes cantamno vazio frescoé porque aboli todas as mentirase não sou mais que este momento puroa coincidência perfeitano […]

Tortura Tirar dentro do peito a Emoção,A lúcida verdade, o Sentimento!— E ser, depois de vir do coração,Um punhado de cinza esparso ao vento!… Sonhar um verso de alto pensamento,E puro como um ritmo de oração!— E ser, depois de vir do coração,O pó, o nada, o sonho dum momento… São assim ocos, rudes, os […]

as palavras que derivamdo recanto às minhas costassão penas gravadas em mármoresão andorinhas de agostoodores das peles intermédiasda gente que tira férias em siférias de si mesma onze meses por anodas palavras deste piano, rumoresum travo a desgraças interpostasna fugacidade que cultivam.

quando com voz rompes o céue por essa lagoa imutável vaishá pomares túrgidos da ânsia que sobrahá mãos lavadas na ordenha da florquando com estrondo destronas arcanjose entre mares de doçura produzes a glóriaesvai-se o artista no mel da esculturatomba o lavrador, lábios na terra inundada.

sobe a nuvem,soltalivresalta a espuma,correvivedesce a paixãonuma onda d’oestee faz-se pousar em paznos teus lábios molhados.

A mão no arado Feliz aquele que administra sabiamentea tristeza e aprende a reparti-la pelos diasPodem passar os meses e os anos nunca lhe faltará Oh! como é triste envelhecer à portaentretecer nas mãos um coração tardioOh como é triste arriscar em humanos regressoso equilíbrio azul das extremas manhãs do verãoao longo do mar transbordante […]